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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Transposição avança

O Ministério da Integração Nacional avalia haver alcançado 50% das obras físicas do Eixo Leste do Projeto de Integração das Bacias Hidrográficas do Nordeste com o Rio São Francisco. O alcance dessa meta torna o projeto, na avaliação de seu órgão executor, irreversível.

O empreendimento, iniciado há cinco anos, já duplicou o custo de suas obras, elevando-o de R$ 4,5 bilhões para R$ 8,2 bilhões, com previsão de outros reajustes até 2015, quando tem sua conclusão estimada. No País, raramente obra pública começa e se encerra com um único preço. Quando isso ocorre, o reajuste vem mascarado, porque o expediente se tornou regra comum.

Ainda assim, vem avançando a transposição das águas do Rio São Francisco para o semiárido como o maior empreendimento preconizado para a região, diante da possibilidade de equacionamento de grave problema estrutural: a carência regular de chuvas e da falta de reservas hídricas no subsolo. As águas transpostas correrão pelos leitos dos rios secos.

As atenções se voltam atualmente para o Eixo Norte, onde o ritmo das frentes de trabalho só atingiu 36% do volume previsto. Os canais de escoamento d´água, implantados no lado pernambucano do São Francisco, se incorporam em duas frentes distintas de vazão das águas. A primeira frente, a do Eixo Leste, prevê a perenização dos rios situados nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A segunda frente, estruturada com base no Eixo Norte, beneficia, ainda, trechos de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e o território do Ceará, a partir dos acessos em construção no município limítrofe de Jati. O volume de água transposto será dividido em dois caminhos: o primeiro, aproveitando o leito do Riacho dos Portos, alcançará o Rio Salgado, o Açude Orós, o Açude Castanhão e o Eixão das Águas.

O segundo caminho, partindo de Jati, seguirá margeando o Vale do Cariri e a Serra do Araripe, vai lançar as águas transpostas nos rios da região mais seca do Ceará, os Inhamuns, incorporando-se ao Cinturão das Águas. Os dois grandes sistemas, Eixão e Cinturão, terão a tarefa de fazer circular as águas para combater as elevadas taxas de evapotranspiração, estimadas em 40 % dos estoques represados quando os invernos são normais.

Desse modo, o Ceará vem se preparando para enfrentar, no futuro próximo, as estiagens prolongadas, protegendo a água acumulada ao longo dos anos com chuvas regulares e, depois, permitindo seu escoamento planejado por adutoras e canais de abastecimento.

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas será o executor das obras de recuperação de 24 barragens distribuídas por quatro estados nordestinos. Recursos estimados em R$ 23,3 milhões, oriundos do Ministério da Integração Nacional, foram assegurados para o custeio dos projetos básicos, objetivando, em primeiro lugar, a melhoria da qualidade da água armazenada.

A recuperação desses reservatórios tornou-se imprescindível para torná-los aptos a receberem as águas da transposição do Eixo Norte, com preocupação especial para a segurança hídrica. No Ceará, seis açudes foram beneficiados com essas obras de recuperação: Lima Campos, em Icó; Quixabinha, em Mauriti; Nossa Senhora dos Prazeres, em Caucaia; Banabuiú, em Quixeramobim; Orós e Castanhão, no Vale do Jaguaribe.

O megaprojeto da transposição está desencadeando obras complementares à nova estrutura de recursos hídricos com a qual o semiárido será contemplado. Opinião, Editorial. Leia mais no Diário do Nordeste.

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