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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O capim vai valer ouro

Francisco Célio Barbosa, 48, o Louro, não é pescador. Mas sofre com o desaparecimento dos peixes do Banabuiú. Com a esposa e dois filhos, é dono de restaurante no caminho do açude.

Há 20 anos, quando veio de Quixadá brincar o Carnaval nas águas do Banabuiú, Louro decidiu sentar praça ali e viver do comércio de pratos puxados pelo peixe. Por noite, quando a barragem estava cheia, ele conta que vendia de 30 a 40 quilos de pescado. “Tinha sábado e domingo de eu vender 150 quilos. O movimento caiu 80%. Tá ruim pra todo mundo”, conta.

Lamentar não é a dele. A Barraca do Louro se mantém aberta com peixe que vinha do Castanhão e, com a mortalidade por lá, de comerciantes da Bahia. Ficou mais difícil e caro. “Então passei a vender também churrasquinho na barraca e na praça (do município)”.

Fez mais. Numa propriedade que tem no distrito de Bom Princípio, resolveu plantar e silar (armazenar) capim para negociar com criadores de animais. A partir de setembro, “quando a seca tiver ainda pior”, Louro terá lastro. “Vai valer ouro, vou desenterrar ouro”, aposta o sobrevivente.
OpovoOnLine.

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