Açude Caldeirões, em Saboeiro, sangrou(Foto: Governo do Estado/Divulgação).
Vale do Jaguaribe vive da agricultura irrigada e criação de camarão. População precisa economizar água para evitar racionamento em 2016.
Formada por 18 municípios, a Região do Vale do Jaguaribe, no Ceará, é motivo de preocupação em virtude da necessidade de água para a agricultura irrigada e produção de camarão, que sustenta e economia das cidades. O secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, afirmou que é necessário economizar água.
"Temos de segurar mais a água do [açude] Castanhão para sobrar água para o abastecimento dos municípios da Vale do Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza", explica. Maior reservatório do Ceará, o Castanhão tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas atualmente acumula 668,5 milhões, que representa apenas 9,25%% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 12 anos.
Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão, entre eles Nova Russas, distante 180 quilômetros da capital. No município, um perímetro irrigado depende da água do açude. Hoje, cinco mil hectares da região são utilizados para o cultivo de frutas, principalmente de melão e da melancia, que são exportadas para diversos países, o que coloca o Ceará entre os maiores exportadores de frutas do Brasil.
"Para diminuir o prejuízo da agropecuária, nós estamos construindo muitos poços para atender as comunidades, para salvar parte da agricultura irrigada e a criação de camarão em cativeiro, que sustenta a economia daquela região", explica o secretário. Das três bacias hidrográficas da Região Jaguaribana, a que está em pior situação hídrica é a do Baixo Jaguaribe, com apenas 0,25% da capacidade de armazenamento. A do Alto Jaguaribe e do Médio Jaguaribe estão com volume de 30,95% e 9,25%, respectivamente.
Economia - Para evitar medidas drásticas, como o racionamento de água, é necessário que a população economize, segundo Francisco Teixeira. "A população tem que entender, sobretudo quem mora em Fortaleza e no litoral, onde se tem a falsa sensação de que está chovendo muito, que as nossas reservas não tiveram mudanças significativas em relação ao ano passado. Só a utilização da água de forma parcimoniosa nos permitirá atravessar o pior período - entre julho e dezembro - quando temos a certeza de que não vai chover".
De acordo com o secretário, com todas as chuvas registradas de janeiro até este mês de abril, o Ceará passou de uma reserva hídrica de 12% para quase 13,5%. "A gente espera que caia um pouco mais de chuva, mesmo sendo uma chuva irregular no tempo e no espaço, para que melhore o nosso aporte".
Reservatórios - Os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), que possuem capacidade total de armazenamento de 18,64 bilhões m³, apresentam volume de 2,52 bilhões m³ (13,49 %). O volume aumentou de 12,58%, contabilizado no dia 1º de abril, para 13,3%.
De acordo com a Cogerh, três açudes - Caldeirões, Gameleira e Quandu - estão sangrando, outros sete reservatórios estão com volume de armazenamento de água acima de 90%, e 117 estão com volume inferior a 30% da capacidade.
Foram registrados aportes em 41 açudes, especialmente no açudes Acarape do Meio, Angicos, Araras, Ayres de Sousa, Banabuiú, Caxitoré, Cedro, Edson Queiroz, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas e Taquara. Este aporte permitiu que os açudes Martinópole e Várzea da Volta deixassem o volume morto.
O volume de água das bacias está distribuído pela do Litoral (44,22% ), Alto Jaguaribe (30,95%), Coreaú (45,50%), Metropolitana (21,46%), Serra da Ibiapaba (19,79%), Médio Jaguaribe (9,25%), Salgado (17,10%), Acaraú (11,26%), Banabuiú (3,28%), Sertões de Crateús (4,73%), Curu (3,14%) e Baixo Jaguaribe (0,25%).
Fonte: G1 CE.
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