Apesar das precipitações, previsão é de pouca no Ceará em 2016 (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares).
Chuvas não possibilitaram aporte de água considerável no açudes. Média geral de volume de água nos 153 reservatórios se mantém em 13%.
O açude Castanhão, maior reservatório do Ceará, sofre as consequências da estiagem prolongada. Localizado no município de Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas atualmente acumula apenas 699,87 milhões, que representa apenas 10,45% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 12 anos, de acordo com informações da Cogerh.
Das 12 bacias hidrográficas do Estado, seis estão com volume de armazenamento de água inferior a 10%: Baixo Jaguaribe (0,25%), Sertões de Crateús (4,69%), Curu (2,25%), Banabuiú (3,20%) eAcaraú (9,74%) e Médio Jaguaribe (9,79%).Uma têm volume armazenado abaixo de 20%: Serra da Ibiapaba (15,14%), e apenas quatro estão com volume superior a 20%: Litoral (37,41%), Alto Jaguaribe (30,48%), Coreaú (31,66%) e Metropolitana (21,32%).
Segundo previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará tem 65% de chance de ter chuva abaixo da média histórica de fevereiro abril, o chamado período chuvoso. Serão 25% para a categoria em torno da média e apenas 10% na categoria acima da média.
As chuvas que atingem a maior parte dos municípios do Ceará neste início de ano, ajudam a estabilizar o nível dos reservatórios cearenses mas não afastaram o risco e desabastecimento de água de algumas cidades. De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), dos 184 municípios cearenses, sete correm sério risco de ter problemas no abastecimento de água este ano: Pereiro, Ipaumirim, Pedra Branca, Pacoti, Uruoca, Deputado Irapuam Pinheiro e Iracema.
Em janeiro, o volume de chuva para o mês foi o dobro da média histórica, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Atualmente, a média geral de volume de água nos 153 reservatórios monitorados pela Companhia e que abastecem o Ceará, se mantém em 13%. Do início de 2016 até agora, houve a entrada ou aporte de 296,8 milhões de m³ nos açudes monitorados, que corresponde à variação positiva de volume de 167 milhões de m³, considerando a evaporação e os consumos de água nesses reservatórios, segundo a Cogerh.
"A importância dessas chuvas é garantir que não se tenha perda de volume d'água, o que já nos ajuda nesse começo de ano", explica o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira. No período, o reservatório que mais recebeu água foi o açude Orós, no município de mesmo nome; o que teve menor aporte foi o açude Faé, em Quixelô.
Castanhão perde água - "No açude Castanhão, o volume de água que chegou ao reservatório devido às chuvas dos últimos 30 dias foi menor do que o volume que saiu dele, devido à evaporação e seus usos para a perenização do rio Jaguaribe e o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza. No período, o açude recebeu 15,4 milhões de m³, mas ficou com 38,4 milhões de m³ a menos", explica Gianni Lima, assessor da presidência da Cogerh. Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão.
Bacias
Previsão de chuvas - Precipitações de 203 a 312 milímetros são consideradas em torno da média; caso chova 312 milímetros ou mais, a categoria é acima da média.Se confirmado, o Ceará entrará no maior ciclo de seca desde 1910, de cinco anos. Outro ciclo de cinco anos de seca registrado pela Funceme ocorreu no período entre 1979 e 1983.
Saiba mais
Verônica Prado - Do G1 CE
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